O que é resiliência e dicas para criar crianças resilientes

Antes de vermos como criar crianças resilientes vamos começar do início. O que é Resiliência? Vejamos sua definição pelo dicionário:

  1. .FÍSICA: propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
  2. 2.FIGURADO (SENTIDO)•FIGURADAMENTE: capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.

Ou seja, é a capacidade que um corpo ou um indivíduo tem de retornar a sua forma original após ter sido submetido a mudanças. Que característica importante, essa não?! Afinal todos nós passamos ao longo da vida, por muitas mudanças, sejam emocionais ou físicas, o fato é que o processo de mudança está em nós intrinsicamente, e a grande questão está em como lidamos com elas, é exatamente isso que irá nos definir.

A característica da resiliência que trago aqui nesse post, é baseado na definição da psicologia sobre resiliência que é:

Aquela pessoa que, mesmo frente às dificuldades, consegue lidar com seus problemas e superar obstáculos.

Essa característica não é genética, embora pela personalidade algumas pessoas sejam mais propensas a serem resilientes do que outras, ela precisa ser trabalhada, lapidada em nossas vidas, desde pequenos.

Aprendermos e ensinarmos as crianças a capacidade de superar as dificuldades da vida, os obstáculos que se apresentam é vital para que se tornem adultos sadios e que possam contribuir para a sociedade em que vivem.

Abaixo algumas dicas de como criar crianças resilientes:

1- Aprender a passar pelas frustrações:

Viemos de uma geração aonde aprendemos a sermos frustrados, nossos pais nem sempre podiam nos dar tudo que queríamos, nem sempre podíamos ir aonde queríamos, nossas vontades não eram atendidas sempre que queríamos, aprender a receber o sim e o NÃO, e isso pode parecer que não, mas contribui para a nossa formação como pessoa, como membro de uma sociedade que nem sempre estará de acordo conosco, e quando isso acontecer, a gente muda, a gente supera, a gente cresce, se necessário for se reinventa, ao invés de se jogar no chão e espernear até ter nossa vontade atendida esse não é o mundo real.

Por isso dizer NÃO às crianças faz parte do desenvolvimento delas, nós como adultos responsáveis, devemos conduzi-las pelas situações de forma amável e compreensível, pois muitas situações por mas simples que sejam irão machucá-las, magoá-las, deixá-las tristes, então nossa parte será conversar com a criança, dizer que entende sua dor, compreender que ela está chateada, mostrar compaixão e empatia para com ela, e explicar o que houve, o que está acontecendo, ou o porque ela não irá ganhar tal coisa, ou ir em em tal lugar, e ajudá-la a passar por aquela frustração, mas não poupá-la de viver essa experiência, pois cada uma de suas frustrações estará contribuindo para seu crescimento e amadurecimento.

2- Empatia pelos outros

Empatia gera empatia, respeito gera respeito. Tá aí um princípio que precisa ser estabelecido desde cedo: se colocar no lugar do outro, perceber o “outro”, compreender que o mundo não gira apenas em torno de si e de seus desejos. Comece com atitudes práticas como separar roupas, brinquedos para doação, fazer visitas em orfanatos, asilos, participar de campanhas beneficentes, arrecadações, etc.

Engajar a criança, explicando e incentivando ela a olhar para o outro com empatia, e mostrando a ela que mesmo o seu “pouco” pode significar muito para aqueles que não possuem quase nada.

E nem precisamos ir tão longe, a solidariedade se dá em primeiro lugar com os mais próximos como amigos e familiares, se algum amigo ou familiar estiver doente, pode ser feito uma sopa, um doce, ou algum outro agrado para ser levado a ele, ou visitar um amigo que se machucou, existem inúmeras formas de mostrar solidariedade e empatia para com os mais próximos, ou seja, oferecer ajuda aqueles que precisam de nós, sendo alguém conhecido ou não, nos leva a deixar de lado as nossas necessidades em prol das necessidades de outra pessoa, isso ensinará a criança que existe um mundo muito além do seu, aonde ela pode ser util e fazer a diferença.

3- Incetive a gratidão

Em um mundo materialista, que a cada dia queremos mais e mais, ser grato pelo que temos tem sido um desafio, pois somos quase impulsionados diariamente em tudo que vemos e ouvimos a nossa volta, a nunca estarmos satisfeitos com o que temos ou somos. A gratidão começa com as pequenas coisas do dia a dia como: gratidão por termos o que comer, o que vestir, ter saúde, por termos uma casa, uma família.

Levar a criança a perceber a “riqueza” das coisas que tem, por exemplo dando importância para a família ao invés de roupas e brinquedos da moda.


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4- Elogios

Quando me refiro a elogios, estou me referindo à elogios construtivos, que se referem ao caráter da criança. Uma criança precisa ouvir o tempo todo que é amada, isso não significa passar o tempo todo enaltecendo a criança além do que de fato ela é ou fez. Exemplo, elogie seu empenho, mesmo que o trabalho não tenha ficado tão bom, o elogio é para o empenho dela, e isso a motivará a continuar tentando e melhorando.

5 – Ambiente seguro

O que é um ambiente seguro? Seguro no sentindo de proteção, de lar, de solidez, a criança precisa crescer em um ambiente aonde se sinta acolhida, amada, segura, com espaço para manifestar suas tristrezas, conquistas, alegrias, e perdas. Ser aceita como é, com falhas, defeitos, qualidades e virtudes.

Um lar aonde é amada, independente dos seu erros, ou do que pode ou não oferecer. Um lar seguro, gera crianças seguras, e crianças seguras se tornam adultos seguros. Adultos capazes de se auto-conhecerem, de aprenderem a ouvir, a respeitar, a perdoar, a superar os obstáculos, a se sentirem aceitos, a compreenderem que nem sempre estarão certos, nem sempre as coisas sairão como esperam mas mesmo assim podemos seguir em frente pois não é o fim do mundo.

Um exemplo cotidiano:

A criança deixou cair um copo de água no chão. É só um copo de água, um ambiente seguro, permite a criança compreender que foi apenas um descuido, se pega um pano e se limpa a água esparramada, não há motivos para gritos, reclamações ou acusações como ” distraído”, “desatento”, “estabanado”, “desajeitado”, etc, claro que podemos conversar com a criança e averiguar o que levou ela a deixar cair o copo de água no chão, para evitarmos esse tipo de problema.

Mas não colocamos um peso maior do que se deve colocar nessa situação. Ela leva isso para a vida, por menor que seja, faz muita diferença, pois junto com outros fatores aprendidos ao longo da infância e juventude, ela irá entender que situações assim acontecem, e o mais importante é entender porque aconteceram para evitar que aconteçam de novo e solucionar o problema, sem problematizar a situação. Entendeu?!

Você gostou das dicas de como criar crianças resilientes?

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