Parto Humanizado É Humanizar o Nascimento!

Atualmente, se questionado a qualquer gestante, qual a pior parte do processo gestacional, ela certamente dirá que é o momento do parto. Muitas mulheres ficam realmente apreensivas quando estão prestes a dar à luz. Pois, com o passar do tempo dar à luz têm se tornado sinônimo de dor, preocupação e até sofrimento.

Mas concordam comigo que, a hora do parto não deveria ser um momento tão desagradável e muitas vezes traumático? Após carregar o bebê por nove meses, o mínimo de dignidade que uma mulher poderia ter, seria que ela pudesse ao menos escolher como quer que seja o próprio parto, e não obter uma escolha preconizada pelos médicos, simplesmente por comodidade, conveniência ou autocontrole do parto.

Estamos falando de parto humanizado, que felizmente vem ganhando grande força no Brasil, já que nosso país é campeão mundial em cesarianas. A estatística atual é estimada em 53,7% de cesáreas enquanto no restante do mundo a taxa gira em torno de apenas 17%. Não é uma diferença gritante?

O parto humanizado devolve a mãe o direito de controlar seu próprio ritmo e respeita a fisiologia natural do parto, ou seja, quase sem nenhuma intervenção médica ou medicamentos desnecessários para acelerar o parto. Significa um ambiente acolhedor e aconchegante onde a mulher se sinta à vontade, possa respirar e retomar seu controle.

Qual a Diferença Entre Parto Normal e Parto Humanizado?

A diferença é precisamente a forma como todo o processo é conduzido. No processo de parto humanizado, a mulher é o centro da atenção, ela é recebida com carinho e pode ter ao seu lado familiares para lhe apoiar e participar desse momento maravilhoso. Ela é livre para caminhar e fazer o que achar melhor para aliviar as dores como massagens ou banho quente.

Já o parto normal, a mulher deve ficar o tempo todo deitada, com medicações intravenosas para acelerar o parto, além de receber o desagradável corte no períneo. Como se não bastasse, existem hospitais que não permitem que a mãe grite, para não assustar os demais pacientes, e ainda ela pode passar todo esse processo sozinha.

A anestesia só é permitida no parto normal caso ocorra uma dilatação estipulada pelos médicos, isso em hospitais particulares, no serviço público a anestesia não é tão fácil assim de se conseguir.

Após o parto normal o cordão umbilical da criança é imediatamente cortado, o bebê é rapidamente apresentado para a mãe e é levado ao pediatra para uma série de exames. Lá suas vias aéreas superiores são aspiradas e é aplicado colírio de nitrato de prata.

No processo de parto humanizado se a mãe optar por anestesia, seu pedido é imediatamente atendido, após o trabalho de parto, o bebê é colocado junto a mãe e a prioridade é o primeiro contato com a mãe. Todos os cuidados serão tomados para que ocorra amamentação nas primeiras horas de vida do bebê. E o cordão umbilical é cortado somente após parar de pulsar.

No Brasil hoje, o movimento de humanização do parto vem crescendo bastante e gerando resultados positivos. No dia 26 de março deste ano o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin sancionou a lei 15.759/2015 que foi aprovada por unanimidade.

Denominada A Lei do Parto Humanizado, visa garantir os direitos básicos da gestante, do bebê e do pai, durante todo o processo do parto, e ainda conta com acompanhamento pós-parto.

A lei determina o cumprimento das seguintes normas:

  • Direito à mulher de optar por anestesia em parto normal, e manipulação de métodos naturais para alívio da dor;
  • Direito ao plano individual de parto, a mulher terá o direito de escolha e preferência pelo tipo de parto, anestesia e acompanhantes;
  • Com a nova lei, as gestantes terão o direito garantido a um acompanhante durante todo o processo do parto, que deverá ser indicado já no pré-natal;
  • Direito a saber com antecedência onde será realizado o trabalho de parto, que lhe deverá ser informado já durante o pré-natal.

Acredito que estamos rumando para a vitória de humanizar nascimentos, e conscientizar a população que humanidade é respeitar as leis naturais e fisiológicas de um ser humano, o qual por muitas décadas foi se extinguindo mecanicamente.

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