Teste: Que tipo de pai ou mãe você é? (AVALIANDO SEU ESTILO PARENTAL)

O ponto de partida para quem quer se tornar um pai ou mãe melhor – como para quase todos os projetos de crescimento e domínio pessoal – é um exame de consciência.

John Gottman, psicólogo e pesquisado americano, o observou durante muitos anos famílias saudáveis e bem estruturadas, que poderiam ser classificadas de emocionalmente inteligentes, para entender o que as levava a ter uma profunda conexão com os seus filhos.

Ele descobriu que saber como lidar emocionalmente com os filhos não é coisa que os pais aprendem a usar automaticamente apenas porque os amam, nem que adquirem naturalmente quando decidem ter uma atitude positiva e carinhos para com eles.

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A qualidade da educação emocional está diretamente ligada a um conjunto específico de atitudes de ouvir e resolver problemas aplicado pelos pais, especialmente quando as emoções dos filhos estão à flor da pele.

Dessa pesquisa surgiu o teste de perfil parental, que ajuda o coach a identificar como os pais podem resolver os problemas emocionais com os seus filhos, uma contribuição valiosa para expandir as possibilidades de regulação do sistema familiar.

John Gottman, em seu livro Inteligência Emocional e a arte de educar nossos filhos, apresenta esse questionário a baixo para ajudar a avaliar o tipo de pai ou mãe que você é, seguido de uma descrição dos quatro estilos parentais e como os diferentes estilos afetam as crianças.

São 81 perguntas às quais os pais devem responder verdadeiro ou falso:

V = Verdadeiro
F = Falso

1- Criança realmente quase não tem motivo para ficar triste. V F
2- Acho que raiva não tem nada de mau, contanto que seja controlada. V F
3-Quando a criança faz manha, em geral só está querendo que os adultos fiquem com pena dela. V F
4- A raiva da criança merece uma folga. V F
5- Quando faz manha, meu filho fica uma verdadeira peste. V F
6- Quando meu filho está triste, espera que eu conserte o mundo e o deixe perfeito. V F
7- Eu realmente não tenho tempo para tristeza na vida. V F
8 -A ira é um estado perigoso. V F
9- Se a gente ignora a tristeza da criança, ela acaba passando. V F
10- Raiva em geral quer dizer agressão. V F
11- Criança costuma fazer manha para conseguir o que quer. V F
12- Acho que tristeza não tem nada de mau, contanto que seja controlada. V F
13- Tristeza é uma coisa que a gente tem que superar, esquecer e não ficar remoendo. V F
14- Não me importo de lidar com tristeza de criança, desde que não dure muito. V F
15- Prefiro uma criança feliz a uma excessivamente emotiva. V F
16-Quando meu filho está triste, é hora de resolver problemas. V F
17- Ajudo meus filhos a superarem logo as tristezas para que possam se dedicar a coisas melhores. V F
18- Não acho que quando a criança está triste seja uma oportunidade para lhe ensinar alguma coisa. V F
19- Acho que quando a criança está triste, ela está dando uma ênfase exagerada ao lado negativo da vida. V F
20- Quando minha filha fica brava, ela vira uma peste. V F
21- Imponho limites à raiva da minha filha. V F
22- Quando meu filho faz manha, é para chamar atenção. V F
23- A raiva é uma emoção que vale a pena explorar. V F
24- Muito da raiva da criança é consequência de sua imaturidade e falta de discernimento. V F
25- Tento transformar a irritação de meu filho em animação. V F
26- Você deve expressar a raiva que sente. V F
27- Quando minha filha está triste, é uma oportunidade de aproximação. V F
28- Criança realmente quase não tem motivo para ficar irritada. V F
29- Quando meu filho está triste, tento ajudá-lo a investigar as causas de sua tristeza. V F
30- Quando meu filho está triste, me mostro compreensiva. V F
31- Quero que meu filho vivencie a tristeza. V F
32- O importante é descobrir porque a criança está triste. V F
33- A infância é uma época de alegria, não uma época para sentir tristeza nem irritação. V F
34- Quando minha filha está triste, a gente senta e conversa sobre a tristeza. V F
35- Quando meu filho está triste, tento ajudá-lo a descobrir por que ele está com aquela sensação.
V F
36- Quando meu filho está irritado, é uma oportunidade de aproximação. V F
37- Quando meu filho está irritado, dedico um pouco de tempo a ele e a vivenciar este sentimento.V F
38- Quero que meu filho vivencie a ira. V F
39- Acho que às vezes é bom a criança sentir raiva. V F
40- O importante é descobrir por que a criança está irritada. V F
41- Quando ela fica triste, digo que é melhor ela não desenvolver o mau gênio. V F
42- Quando meu filho está triste, tenho medo de que ele desenvolva uma personalidade negativa.
V F
43- Não estou tentando ensinar a meu filho nada em particular sobre a tristeza. V F
44- Se há uma lição que eu possa dar sobre a tristeza, é que não há nada de mau em expressá-la. V F
45- Não sei se se pode fazer alguma coisa para mudar a tristeza. V F
46- Não há nada que se possa fazer por uma criança triste além de lhe oferecer consolo.V F
47- Quando meu filho está triste, tento mostrar-lhe que o amo em qualquer condição. V F
48- Quando minha filha está triste, não sei bem o que ela quer que eu faça. V F
49- Não estou tentando verdadeiramente ensinar a meu filho nada em particular sobre a raiva. V F
50- Se há uma lição que eu possa dar sobre a raiva, é que não há nada de mau em expressá-la V F
51- Quando meu filho está irritado, tento entender seu estado de espírito. V F
52- Quando minha filha está irritada, tento mostrar-lhe que a amo em qualquer condição.V F
53- Quando meu filho está irritado, não sei bem o que ele quer que eu faça. V F
54- Meu filho tem mau gênio e isso me preocupa. V F
55- Acho que é errado uma criança manifestar raiva. V F
56- Quem tem raiva não tem controle. V F
57- Uma criança manifestando a raiva é a mesma coisa que um ataque de mau gênio. V F
58- A criança se irrita para fazer o que quer. V F
59- Quando meu filho se irrita, tenho medo de suas tendências destrutivas. V F
60- Se você permite que a criança se irrite, ela vai pensar que sempre vai poder fazer o que quer. V F
61- A criança irritada está sendo desrespeitosa. V F
62- Criança é muito engraçada quando fica irritada. V F
63- A raiva em geral atrapalha meu discernimento e eu faço coisas das quais me arrependo. V F
64- Quando meu filho está irritado, é hora de resolver um problema. V F
65- Quando meu filho fica irritado, acho que é hora de lhe dar umas palmadas. V F
66- Quando meu filho fica irritado, meu objetivo é fazê-lo parar. V F
67- Não dou muita bola para raiva de criança. V F
68- Quando meu filho está irritado, em geral não levo a coisa muito a sério. V F
69- Quando estou irritada, sinto como se fosse explodir. V F
70- A raiva não leva a lugar nenhum. V F
71- É excitante para a criança manifestar raiva. V F
72- A raiva da criança é importante. V F
73- A criança tem o direito de sentir raiva. V F
74-Quando minha filha está brava, eu simplesmente descubro o que a está deixando brava.V F
75- É importante ajudar a criança a descobrir o que a irritou. V F
76- Quando minha filha se irrita comigo, penso: “Não estou querendo ouvir isso”. V F
77- Quando meu filho está irritado, penso: “Se ao menos ele tivesse jogo de cintura…”.V F
78- Quando minha filha está irritada, penso: “Por que ela não pode aceitar as coisas como elas são?”. V F
79-Quero que meu filho fique com raiva, para se defender. V F
80- Não dou muita bola para a tristeza de meu filho. V F
81- Quando minha filha está irritada, quero saber o que ela está pensando. V F

Como interpretar suas respostas:

Simplista:

Some o número de vezes que você respondeu “Verdadeiro” entre os itens: 1, 2, 6, 7, 9, 12, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 24, 25, 28, 33, 43, 62, 66, 67, 68, 76, 77, 78, 80.

Divida o total por 25. Este é seu coeficiente Simplista.

Desaprovador:

Some o número de vezes que você respondeu “Verdadeiro” entre os itens: 3, 4, 5, 8, 10, 11, 20, 21, 22, 41, 42, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 63, 65, 69, 70.

Divida o total por 23. Este é seu coeficiente Desaprovador.

Laissez-Faire (deixar fazer sem impor limites ou consequências):

Some o número de vezes que você respondeu “Verdadeiro” entre os itens: 26, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 52, 53.

Divida o total por 10. Este é seu coeficiente Laissez-Faire.

Preparador Emocional:

Some o número de vezes que você respondeu “Verdadeiro” entre os itens: 16, 23, 27, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 51, 64, 71, 72, 73, 74, 75, 79, 81.

Divida o total por 23. Este é seu coeficiente de Preparador Emocional.

Agora compare seus quatro coeficientes.
O mais alto indica sua tendência dominante.
Olhe então para a lista a seguir que resume as características básicas de cada estilo e explica como cada um afeta a criança.

OS PAIS SIMPLISTAS

Não dão importância aos sentimentos da criança;
Ignoram os sentimentos da criança;
Querem que as emoções negativas da criança desapareçam logo;
Costumam tentar distrair a criança para fazê-la esquecer as emoções;
São capazes de ridicularizar ou fazer pouco das emoções da criança;
Acham que os sentimentos da criança são irracionais e, portanto, não contam;
Demonstram pouco interesse no que a criança está tentando comunicar;
Podem ser incapazes de perceber as próprias emoções e as dos outros;
Sentem-se constrangidos, assustados, ansiosos, aborrecidos, magoados ou espantados com as emoções da criança;
Temem descontrolar-se emocionalmente;
Dão mais importância à superação que ao significado das emoções;
Acham que as emoções negativas são prejudiciais ou “tóxicas”;
Acham que ficar pensando nas emoções negativas só vai “piorar as coisas”;
Não sabem o que fazer com as emoções da criança;
Veem as emoções da criança como uma exigência para “consertar” as coisas;
Acham que as emoções negativas mostram que a criança está desajustada;
Acham que as emoções negativas da criança depõem contra seus pais;
Minimizam os sentimentos da criança, desmerecendo os acontecimentos que causaram a emoção;
Não tentam resolver o problema com a criança; acham que os problemas se resolvem com o tempo.

Efeito deste estilo sobre a criança: Ela aprende que seus sentimentos são errados, impróprios, inadequados. Pode aprender que há algo intrinsecamente errado com ela por causa do que ela sente. Pode ter dificuldade em regular as próprias emoções.

OS PAIS DESAPROVADORES

Demonstram muitas das atitudes dos pais simplistas, mas de uma forma mais negativa;
Julgam e criticam a expressão emocional da criança;
Estão preocupados demais com a necessidade de controlar os filhos;
Enfatizam a obediência a bons padrões de comportamento;
Repreendem, disciplinam ou castigam a criança por manifestações de emoção, esteja a criança agindo mal ou não;
Acham que a manifestação de emoções negativas deve ter limite de tempo;
Acham que as emoções negativas precisam ser “controladas”;
Acham que as emoções negativas refletem deficiência de caráter;
Acham que a criança usa emoções negativas para manipular; isso provoca disputa pelo poder;
Acham que as emoções enfraquecem as pessoas; as crianças precisam ser emocionalmente fortes para sobreviver;
Acham que as emoções negativas são improdutivas, uma perda de tempo;
Veem as emoções negativas (especialmente à tristeza) com um bem a ser poupado;
Preocupam-se bastante com a obediência da criança à autoridade.

Efeitos deste estilo sobre a criança: Os mesmos que os do estilo Simplista.

OS PAIS LAISSEZ-FAIRE (deixar fazer sem impor limites ou consequências)

Aceitam livremente qualquer expressão de emoção por parte da criança;
Reconfortam a criança que esteja experimentando sentimentos negativos;
Quase não procuram orientar o comportamento da criança;
Não orientam a criança sobre as emoções;
São permissivos, não impõem limites;
Não ajudam a criança a resolver problemas;
Não ensinam à criança métodos para solucionar problemas;
Acham que pouco se pode fazer a respeito das emoções negativas, a não ser afastá-las;
Acham que administrar emoções negativas é uma questão de hidráulica; basta liberar a emoção;

Efeitos deste estilo sobre a criança: Ela não aprende a regular as emoções; tem dificuldade de se concentrar, de fazer amizades, de se relacionar com outras crianças.

OS PAIS PREPARADORES EMOCIONAIS

Vêem nas emoções negativas uma oportunidade de intimidade;
São capazes de perder tempo com uma criança triste, irritada ou assustada, não se impacientam com a emoção;
Percebem e valorizam as próprias emoções;
Veem nas emoções negativas uma oportunidade importante para agirem como educadores;
São sensíveis aos estados emocionais da criança, mesmo os sutis;
Não ficam confusos nem ansiosos com a expressão de emoção da criança, sabem o que precisa ser feito;
Respeitam as emoções da criança;
Não ridicularizam nem fazem pouco das emoções negativas da criança;
Não dizem como a criança “deve” se sentir;
Não sentem que precisam resolver todos os problemas para a criança;
Usam os momentos de emoção para:
• Escutar a criança;
• Demonstrar empatia com palavras tranquilizadoras e afeição;
• Ajudar a criança a nomear a emoção que ela está sentindo;
• Orientar na regulamentação das emoções;
• Impor limites e ensinar manifestações aceitáveis da emoção;
• Ensinar técnicas de solução de problemas.

Efeitos deste estilo sobre a criança: Ela aprende a confiar em seus sentimentos, regular as próprias emoções e resolver problemas. Tem autoestima elevada, facilidade de aprender e de se relacionar com as pessoas.


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