Tudo sobre o jogo da baleia azul

Se você não esteve vivendo dentro de uma caverna nos últimos dias, é muito provável que você já tenha ouvido falar em um tal de jogo da baleia azul. Nos noticiários, esse “desafio” tem sido considerado o responsável por diversos suicídios em todo o mundo, com reflexos negativos até mesmo aqui no Brasil.

Neste artigo, vamos explorar as origens desse jogo aparentemente demoníaco e compreender o que são os desafios propostos a quem se habilita a participar da “brincadeira”. Vale ressaltar que o blog Ah Duvido está criando esta matéria com o intuito de informar e não incentivar a prática do que é proposto por esse jogo. Destacamos o alerta aos pais que devem sempre observar o comportamento de seus filhos para entender se eles não estão se envolvendo em atividades que podem colocar em risco a sua vida e de outras pessoas.

A origem do jogo “Baleia Azul”

Como diversas histórias que nasceram ou cresceram na internet, não é possível apontar exatamente todos os seus fatos como verdadeiros. O mesmo podemos dizer sobre a origem do jogo “Baleia Azul”, que possui um pano de fundo por trás, mas que pode muito bem ser apenas isso mesmo: um pano de fundo.

De acordo com a história mais aceita entre os jornalistas e especialistas que investigam o assunto, o jogo da Baleia Azul (Blue Whale, em inglês) teve início na Rússia entre os anos de 2015 e 2016. Tudo começou com uma menina chamada Rina Palenkova. Ela teria se matado se jogando na frente de um trem.

A história começa com essa menina pois momentos antes de ela se matar ela publicou em suas redes sociais um simples “adeus”. Isso mostrou que o suicídio estava premeditado e que poderia haver algo por trás de tudo isso. Essa é uma história bastante triste. Porém, como muitos devem imaginar, a repercussão da internet acabou transformando todo o caso em um meme. Várias montagens de mal gosto também acabaram surgindo, o que tirou a atenção para o verdadeiro problema do caso.

Porém, algumas pessoas começaram a prestar mais atenção nesse caso e decidiram investigar a vida da menina tentar entender porque ela cometeu suicídio. O diagnóstico de depressão é outra causa que precisava ser investigada em Rina Palenkova. Essas pessoas começaram a visitar e entender o comportamento da menina nas redes sociais e fizeram descobertas incríveis.


Confira também:


Os responsáveis pelo jogo

Depois que todo esse assunto atingiu o seu auge, em março de 2016, um jornal russo fez uma reportagem que conta um pouco sobre a existência de “grupos de morte” nas redes sociais. O cerco estava armado e a investigação se aprofundou ainda mais para tentar entender porque Rina havia cometido suicídio.

Dentro dessas comunidades, um jogo era bastante conhecido. Batizado de “Wake Me Up At 4:20” (“Me Acorde Às 4:20”, em tradução livre), esse era um desafio que colocava os participantes para fazerem uma série de desafios. De acordo com especialistas, o horário era o mais propício para aqueles que estavam planejando cometer um suicídio.

O jogo também era conhecido em outros lugares como Blue Whale, ou a agora tão conhecida Baleia Azul. O mesmo jornal relatou que o jogo encarava Rina como uma espécie de símbolo, a pessoa que teria dado início a toda essa brincadeira de mal gosto. Há quem diga que o jogo foi inspirado em um livro chamado “50 Dias Antes do Meu Suicídio”, mas nada ainda foi comprovado.

A notícia se espalhou tão rápido que muitas outras pessoas começaram a investigar o caso para entender o que estava acontecendo. Relatos apontavam para outros suicídios que também estariam conectados a esse jogo da Baleia Azul. As investigações acabaram encontrando muitas outras comunidades de morte e assim tudo começou a fazer um pouco mais de sentido.

Casos em 2017

No começo de 2017, várias publicações russas voltaram com esse assunto à tona, o que também despertou a atenção de crianças e adolescentes. O jogo da Baleia Azul que não era tão conhecido assim acabou viralizando e envolvendo mais pessoas do que os seus criadores realmente “pretendiam”. E tudo isso por causa de uma grande mentira.

Através do Facebook, um texto supostamente escrito pela polícia para as escolas começou a circular. As escolas, por sua vez, desesperadas por causa das possíveis implicações do caso, começaram a alardear com os pais sobre os perigos do desafio da Baleia Azul, o que acabou servindo como um convite para cada vez mais pessoas pesquisarem sobre o assunto.

O texto dizia que um grande suicídio em massa estaria sendo planejado e envolveria mais de 5 mil jovens. Imagine só os pais nessa situação compartilhando ao máximo essa informação com outros pais e, consequentemente, com as suas crianças? Tudo isso envolveria um jogo que convidaria as pessoas a praticarem uma série de desafios que, no final, resultaria no já mencionado suicídio.

As autoridades acabaram concluindo que as informações do texto eram falsas. No final das contas, tudo acabou se mostrando uma grande mentira, mas ganhou repercussão porque no mesmo período duas meninas russas acabaram realmente se matando. Uma delas, de 15 anos, teria postado uma foto de uma baleia azul antes de tirar a sua própria vida.

A curiosidade das pessoas

Com essas informações espalhadas dessa forma, muitas crianças e adolescentes começaram a demonstrar interesse por esse tal jogo da Baleia Azul. O motivo ainda é um mistério, mas pode estar associado a casos de bullying e jovens que estão insatisfeitos com suas vidas. Porém, ao começar a pesquisar um pouco sobre o caso, elas logo descobriam que você não podia entrar nesse desafio. Você precisava ser convidado.

Esse convite é enviado por um “curador”, a pessoa responsável por propor e acompanhar os desafios. Supostamente, esse indivíduo começa a oferecer desafios mais “simples”, mas que logo vão evoluindo para atividades mais pesadas. No começo, são 28 desafios que vão se repetindo até chegar a 50. Se em algum momento a pessoa pensa em desistir, o curador começa a ameaçar a vítima dizendo que vai matar ela e toda a sua família caso ela realmente desista.

Muitos dos desafios tinham que ser comprovados. Isso era feito através de uma foto quer é enviado para o curador que acompanha a vítima.

close