Participação especial de Anna Cruz, conhecida também por “Dona Sobre”, por conta do Instagram sobreissoeaquilo. Confira sua participação!

O livro infantil é destinado prioritariamente (olha eu aqui como prova de que a destinação não é “exclusiva”) a crianças, mas quem os compra são os pais, os professores, os avós. Daí que não seja infrequente a dúvida: como escolher o livrinho “adequado”? A divisão etária é, na minha opinião, justamente uma “mãozinha” do mercado aos mediadores de leitura, mas…

Para começar a discussão, é preciso definir “adequado”. Para uma família ateia, livrinhos com enfoques religiosos provavelmente não serão “adequados”. Na minha casa, livros que sejam preconceituosos (e há vários, desde aqueles que representam profissões como mais ou menos dignas até os que são francamente machistas) não são adequados. Para uma criança que vive o luto, livrinhos sobre perda podem ou não ser adequados; será uma decisão de sensibilidade.

A discussão já chegou ao Legislativo. Em 2013, um projeto de que constasse a indicação etária na capa dos livros foi rechaçado na Câmera, sob o argumento de que poderia gerar cerceamento do pleno exercício do direito de acesso e uso do livro. No âmbito estadual, persiste a polêmica sobre classificações tornarem-se mandamento legal ou não.

Particularmente, acredito que faixa etária não é requisito para a indicação de livros. No que diz respeito a temas, penso que qualquer assunto pode tocar e provocar reflexão nos pequeninos, a depender da abordagem: é assim com morte, com reprodução, com violência ou desigualdade. Em relação a estilo, quantidade de palavras e vocabulário, são muito variáveis os níveis de escolaridade, interesse e maturidade, de modo que qualquer balizamento seria artificial e perigoso.

Algumas classificações sugerem livros somente com gravuras para crianças menores, introdução de textos reduzidos a partir dos 4 anos, contos de fadas e fábulas para leitores recém-alfabetizados e narrativas longas, relatos de viagens, aventura e biografias para leitores maiores; outras propostas tradicionais sequer consideram crianças menores de três anos.

Pessoalmente, penso que não há melhor filtro que o do adulto próximo. Ele conhece seu filho, seu aluno ou sua turma, ele sabe o que os encantaria e que volume de informação seria o tal do “adequado”. E, no fim, como costumam brincar, vale ler “até bula remédio”.

Que tal conferir mais dicas de livros infantis?

Gisele Cirolini

Mãe de duas meninas. Apaixonada por livros. Simplificando o dia a dia. Fundadora do Sou Mãe.  Baby Planner certificada internacionalmente pelo IMPI e Marketing Digital pela Udacity.

Compartilhar
Publicado por
Gisele Cirolini

Conteúdo Recente

O que não pode faltar em uma mala para viajar com crianças

Viajar com crianças é uma experiência enriquecedora, cheia de descobertas e momentos especiais. No entanto,…

% dias atrás

Como Estimular a Audição do Bebê?

Desde os primeiros dias de vida, os bebês começam a explorar o mundo ao seu…

% dias atrás

Como Identificar Sinais de Dificuldades de Aprendizagem Infantil

O desenvolvimento da aprendizagem infantil é um processo único, que acontece em ritmos diferentes para…

% dias atrás

O papel da memorização no aprendizado infantil

A memorização é importante para as crianças? Essa é uma pergunta que costuma gerar debates…

% dias atrás

Resenha: Cinco Crianças e um Segredo – Edith Nesbit

Um clássico infantojuvenil com fantasia, lições e muita imaginação Se você está procurando um livro…

% dias atrás

Dengue: o que é e quais os cuidados essenciais para prevenção e tratamento

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que afeta milhões de…

% dias atrás