Ovários Policísticos – causa, sintomas e tratamento

Os ovários fazem parte do sistema reprodutor feminino, e estão localizados um de cada lado do útero, são os órgãos responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos, como a progesterona e também por ser o reservatório dos óvulos que a mulher traz consigo desde bebê, ou seja desde a formação dos seu aparelho reprodutor dentro do ventre materno. Os ovários policísticos (SOP), também chamado de síndrome dos ovários micropolicísticos (SOMP) é uma doença que caracteriza-se pela presença de múltiplos cistos nos ovários.

Em torno de 20% a 30% das mulheres podem desenvolver a síndrome dos ovários policísticos em algum grau. Só aqui no Brasil estima-se que haja em torno de 2 milhões de mulheres com essa condição.

Os cistos são uma espécie de saco formado por uma fina membrana, que contém líquido ou ar em seu interior, sendo uma estrutura fechada, sem comunicação direta com o tecido em que está inserido.

Ovários policísticos são diferentes de cistos no ovários, e a maior diferença está no tamanho e na quantidade de cistos. Na síndrome dos ovários policísticos a mulher apesenta múltiplos cistos de tamanho pequeno, cerca de 5mm espalhados pelos dois ovários, geralmente apresenta mais de dez cistos em cada lado. Já no caso de cisto no ovário, caracteriza-se por ser geralmente uma única lesão e de tamanho maior, acima de 2cm.

O que causa os ovários policísticos?

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As pesquisas ainda não apontam uma causa específica, o que se sabe até o momento é que provavelmente ela seja a consequência de uma associação de fatores genéticos e ambientais. Sendo que a influência genética é muito forte, frequentemente mulheres que tem ovários policísticos possuem uma mãe ou irmã também com a doença. A síndrome geralmente acomete mulheres entre 30 e 40 anos.

Algumas observações que foram notadas em mulheres com ovários policísticos, é o aumento do nível de testosterona no sangue e uma resistência a insulina (a mulher produz insulina, mas seus tecidos são resistentes a sua ação, ocasionando uma alteração nos valores da glicose).

Quais são os sintomas?

A síndrome pode ser assintomática, apresentar sintomas brandos (a maioria dos casos) e em alguns casos sintomas mais expressivos. Geralmente as principais características da SOP são:

  • menstruação irregular (a mulher não ovula);
  • infertilidade (por conta dos ciclos anovulatórios);
  • obesidade;
  • aumento de pelos (surgem geralmente acima do lábio inferior, abaixo do umbigo, no queixo e ao redor dos mamilos);
  • acne (surgimento de cravos e espinhas pelo excesso de oleosidade);
  • níveis elevados de glicose no sangue (podendo ocasionar a diabetes mellitus tipo 2);
  • calvície com padrão masculino;
  • resistência a insulina;
  • níveis elevados de colesterol;
  • hipertensão arterial;
  • apneia do sono;
  • esteatose hepática.

Alguns desses sintomas são de responsabilidade do excesso de testosterona (hormônio masculino), chamado hiperandrogenismo. Responsáveis pela acne, aumento de pelos, etc.

A ausência de ovulação e as alterações hormonais da SOP também aumentam o risco do desenvolvimento do câncer do endométrio, que é a parede interna que reveste o útero.

O excesso de peso, a resistência a insulina, os níveis elevados de colesterol e a hipertensão arterial são responsáveis por desenvolver doenças cardiovasculares. Também é possível notar em pacientes com resistência a insulina e obesos, um aumento da pigmentação da pele nas regiões da nuca, dobras cutâneas, articulações e cotovelos.


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Como funciona o ciclo menstrual na SOP?

Os folículos que surgem devido a ação do FSH são incapazes de crescer até um tamanho que provocaria a ovulação, sendo assim não há o desenvolvimento do folículo dominante, e portanto não ocorre a ovulação nem há estímulo para os folículos restantes involuírem, havendo assim um acúmulo progressivo dos mesmos, que é o responsável pelo aspecto característico que os ovários policísticos adquirem.

Sendo assim, a ausência de ovulação e a presença constante dos folículos acabam por desregular o ciclo menstrual, podendo inclusive fazer com que a mulher não ovule por vários ciclos.

Existe tratamento?

Existem vários tratamentos efetivos que conseguem controlar bem os sintomas da doença, geralmente é indicado quando há sintomas exuberantes, e nestes casos é indicado a utilização de pílulas anticoncepcionais (como o Diane) que ajudam a diminuir a produção de hormônios masculinos (ação antiandrogênica). Os anticoncepcionais, também são importantes para regularizar o ciclo menstrual, diminuindo os riscos de câncer do endométrio. Além de auxiliar contra a acne.

Se não houver resposta esperada após 6 meses de pílula, um diurético chamado espironolactona pode ser usado, por ter também atividade antiandrogênica, principalmente na pele, inibindo o hirsutismo. Outra droga com efeito antiandrogênico que pode ser usada é a Finasterida, inclusive existe uma pomada que impede o crescimento dos pelos, indicado para esses pacientes.

Para ajudar a controlar a resistência à insulina, ajustando os níveis de glicose sanguíneos é indicado o uso de um remédio antidiabético, que também regula o ciclo menstrual.

Nas mulheres que desejam engravidar, podem fazer tratamentos para induzir a ovulação que responde super bem na maioria dos casos.

Além de que manter uma vida saudável e equilibrada ajuda muito para melhorar a resistência a insulina, reduz a produção de hormônios masculinos e protegem contra doenças cardiovasculares.

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