Sobre a depressão pós-parto e o baby blues

Hoje tem super post das psicólogas Paola Richter 07/25621 e Natana Consoli 07/25622 da página Eaí Psi? falando sobre esse tema mega importante, depressão pós-parto e baby blues. Como reconhecer cada um e qual o tratamento?

“Eu não deveria estar assim, eu deveria estar sorrindo!”

Algumas pessoas relatam como a melhor fase da vida, outras que foi quando encontraram a plenitude, o nascimento de um bebê com certeza é um fato marcante na vida de uma mulher. Muitas mulheres sonham com este momento por anos, livros sobre maternidade, o chá de bebê, o enxoval e quarto prontos e quando o bebê finalmente chega, essa tal felicidade absoluta não vem junto. E agora? O que há de errado comigo? Eu não deveria estar assim, eu deveria estar sorrindo! Esses são alguns dos pensamentos comuns as mamães que, muitas vezes, estão em sofrimento, mas não conseguem compreende-lo e principalmente buscar por ajuda.

Muitas mulheres se sentem envergonhadas por não estarem “tão felizes” quanto a prima, vizinha ou mulher do comercial da TV, e isso faz com que não tenham o tratamento adequado ou muitas vezes nem saibam que se trata de DEPRESSÃO PÓS PARTO.

No post de hoje, vamos falar um pouquinho mais sobre como reconhecer a doença, diferencia-la do chamado “baby blues” e qual o tratamento adequado.

A maioria das mulheres, principalmente por conta das alterações hormonais e de rotina que sofrem no pós-parto lida com uma certa melancolia, insônia, irritabilidade, impaciência, perda de apetite além de uma preocupação excessiva quanto ao seu desempenho como mãe. Afinal tudo é novo! Um novo papel a ser desempenhado e um ser humano totalmente dependente de você ali nos seus braços.

Quando estes sintomas desaparecem tão inesperadamente quanto aparecem, geralmente cerca de 20 dias, estamos falando do chamado “Baby blues”, que é passageiro e não precisa de tratamento. No caso do “Baby Blues” paciência, apoio familiar e calma são suficientes para que a recém mamãe se reorganize dentro de alguns dias e comece a curtir esta nova fase.

Porém, quando estes sintomas começam a se intensificar com o passar dos dias, somam-se com apatia, dificuldade em sentir-se bem, exaustão, sensação de que “nada de bom está por vir”, pensamentos negativos em relação a si e ao bebê, desinteresse pelas atividades e pessoas do dia-a-dia, tornando-se progressivamente incapaz de realizar suas tarefas além do choro constante, estamos falando de algo bem mais sério: A depressão pós-parto!

Apesar de muitas vezes ser omitida, depressão pós-parto afeta entre 10% e 15% das mulheres até o primeiro ano após o nascimento do bebê. Alguns sinais de alerta que podem ser observados antes do parto são históricos de depressão, gravidez não desejada, perdas ou traumas durante a gestação. Tais informações devem ser informadas durante o pré-natal para que seu obstetra possa ter conhecimento e conseguir auxiliá-la caso venha a apresentar sintomas depressivos. É comum que a mulher não reconheça os sintomas e por isso a necessidade para que sua rede de apoio (marido, pais, amigos e familiares) estejam atentos não só ao bebê mas também a mulher.

Caso seja observado tais sintomas, é importante que estes sejam relatados ao médico, para que este possa fazer o encaminhamento ao psiquiatra e/ou psicólogo para então ser feita a avaliação do caso e posterior tratamento. O tratamento envolve psicoterapia e muitas vezes o uso de medicação concomitante é necessário. Lembre-se de que algumas medicações podem ser passadas ao bebê pelo leite materno por tanto, TODA e QUALQUER medicação usada pela mulher deve ser informada e principalmente aprovada pelo médico.

Uma curiosidade: Durante anos acreditou-se que apenas mães puérperas pudessem apresentar depressão pós-parto, porém estudos recentes comprovaram que os recém pais também podem apresentar tais sintomas. Homens cujo as parceiras estão sofrendo com a doença são mais propensos a também apresentar depressão pós-parto, seja pela pressão em dar conta da nova rotina, pela sensação de que nada do que faz está bom o suficiente ou que não são compreendidos por ninguém. Portanto, todas as dicas acima citadas também servem para os papais!

É importante, principalmente, durante este período pós-parto que ambos se sintam acolhidos pela família, que não estão sós e que tem a quem recorrer caso algo não saia como o planejado. Não subestimem seus sentimentos e lembrem-se que existem profissionais qualificados para lhes ajudar! Com o tratamento adequado a doença pode ser contornada para que vocês possam curtir todas as alegrias desta nova etapa da vida.

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