APLV – Alergia a proteína do leite – O que é? Como tratar? E nossa experiência com nossas filhas

Então… minha primeira filha a Isabela que hoje tem quase 4 anos, teve APLV (alergia a proteína do leite), descobrimos com 3 meses e meio, na terceira pediatra, pois eu fui mudando pois não aceitava que a Isabela tinha apenas cólica, eu sentia que tinha alguma coisa estranha, algo mais (bem nessa época eu estava parando de amamentar, tinha pouco leite e a Isabela com a descoberta da APLV passou a tomar a fórmula Neocate que é super cara, mas dá para conseguir de graça pelo governo #ficaadica) e Isabela ficou curada com 11 meses, graças a Deus!

Agora com a nossa segunda filha, a Elisa, que tem 3 meses, já descobrimos bem mais cedo que ela tem APLV (continuamos com a mesma pediatra que descobriu a APLV na Isabela) a gente já sabia quais eram os sintomas por causa da Isabela, então descobrimos mais cedo e começamos a tratar mais cedo.

Uma coisa que comentei várias vezes com meu marido nesses 3 meses de Elisa, é que como a Isabela sofreu com APLV por causa de pediatras que nem cogitavam a ideia dela ter alguma alergia e simplesmente diziam que era cólica de bebê, por sermos, na época, pais de primeira viagem parece que alguns pediatras não levam a gente muito a sério quando a gente diz que a criança chora demais e que chora de dor.

A Isabela chorava praticamente o dia todo, quando não estava chorando estava dormindo, foram 3 meses e meio de caos dentro da minha casa, eu e meu marido sofríamos junto com a Isabela, mas sem saber o que fazer. Até que na terceira pediatra ela ouviu a Isabela chorar e perguntou pra gente se a Isabela chorava sempre assim, falamos que sim, ela disse que aquilo era choro de dor e que íamos descobrir o que estava acontecendo com ela. Começamos a investigar e pronto, APLV, trocamos o leite (começou a tomar NEOCATE) e virou outra bebê, finalmente tivemos uma bebê feliz em nossa casa.

Nesse período difícil com a Isabela eu nem queria mais ter filhos, mas depois que o problema foi resolvido, ficou tudo ok e voltamos com os planos e hoje temos a nossa segunda filha, a Elisa, que também tem APLV, mas é mais leve que a da Isabela, talvez por tratarmos logo no começo dos primeiros sintomas, e como eu amamento a Elisa ainda, estou fazendo a dieta de sem leite e sem derivados e está indo tudo bem.

Uma coisa que acontece bastante é as que as pessoas não entendem que APLV é diferente da intolerância à lactose e o seu tratamento também.

A alergia é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas, proteínas dos alimentos, de ácaros, de pólen, de pelo de animais, etc. Portanto, a APLV é uma reação às proteínas do leite (ex: caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina).

A intolerância é decorrente da dificuldade do organismo em digerir à lactose, açúcar do leite, devido à diminuição ou da ausência de lactase, enzima que a digere.

Quais os sintomas de APLV?

Os sintomas são bem variados, vômitos, cólicas, diarreia, dor abdominal, prisão de ventre, sangue nas fezes, refluxo, urticária, dermatite atópica, asma, chiado no peito, rinite, reação anafilática, baixo ganho de peso… E os sintomas podem acontecer em minutos, horas ou dias após a ingestão de leite de vaca ou derivados.

Quais os sintomas de intolerância a lactose?

Apenas intestinais, diarreia, cólica, gases, distensão abdominal. Pode ocorrer em minutos ou horas após a ingestão do leite.

A mãe pode continuar amamentando o filho no peito?

Para APLV. Neste caso a mãe deve seguir uma dieta especial isenta de leite e derivados.

Para intolerantes a lactose. É raro ocorrer intolerância à lactose durante aleitamento materno exclusivo.

Se o bebê não mama mais no peito é preciso que ele siga uma dieta especial?

Para APLV. Sim. Deve-se retirar leite e derivados do leite da dieta da criança.

Para intolerantes a lactose. Sim. Mas não é necessário fazer a exclusão total de leite e derivados da dieta.

Bebês não amamentados precisam de algum leite especial?

Para APLV e intolerantes a lactose. Sim. Ambos precisam de fórmulas especiais indicadas pelo pediatra ou nutricionista, de acordo com a idade e tipo de reação.

(APLV) Preciso retirar os alimentos com traços de leite da dieta também?

De uma maneira geral sim, principalmente na fase de diagnóstico, pois tem crianças que reagem a mínimas quantidades.

Aqui em casa até o momento não precisei retirar os traços de leite da dieta, a Elisa está reagindo bem assim.

Alimentos sem lactose podem ser consumidos por crianças com APLV ?

Os alimentos sem lactose não necessariamente são isentos das proteínas do leite. Por exemplo, o leite sem lactose é um leite normal acrescido da enzima que digere a lactose. Portanto, não contém lactose e contém as proteínas do leite.

Por essa razão se estiver escrito em algum alimento a expressão sem lactose, isso não quer dizer que é isento das proteínas do leite.

(APLV) Como saber que tipo de alimento pode ser consumido?

É preciso ler a relação de ingredientes no rótulo. Se o alimento for isento de ingredientes que possuem as proteínas do leite, pode ser consumido. Através do rótulo você saberá se o alimento tem leite ou derivados e também se pode contar traços de leite e derivados, tem que ficar de olho nos rótulos.

Para finalizar:

Se você desconfia que seu filho sofre de algum problema de saúde, se você tem aquela pulga atrás da orelha, mude de pediatra procure uma segunda, terceira, quarta opinião. Mas não se conforme com qualquer diagnóstico sendo que você não vê melhora nenhuma no seu filho.

Indicação:

Um site que me ajudou muito a saber mais sobre APLV lá com a minha primeira filha foi o www.alergiaaoleitedevaca.com.br, então se você quer saber mais passa lá, recomendo!