Superproteção parental: exagero traz
consequências para os filhos

As crianças precisam de cuidados, mas quando os pais exageram na dose, pode gerar consequências negativas para a formação da criança. Veja algumas consequências da superproteção parental!

Desde que nascemos, estamos ‘descobrindo’ o mundo. Especialmente as crianças, que ainda não sabem nada sobre o universo que as cerca, todo o cuidado é importante. Mas, e quando os pais exageram na dose e se tornam superprotetores?

É fato que crianças são frágeis e precisam que os pais, e responsáveis no geral, estejam sempre atentos a elas. Afinal, elas precisam ser orientadas e protegidas de perigos diversos. Mas, impedir que os filhos corram todo o tipo de perigo pode ser prejudicial na formação dos pequenos.

Entre as consequências, a insegurança gerada na vida dos filhos será um sentimento que eles vão carregar por toda a vida. Entenda!

Superproteção Parental
Superproteção parental. Imagem: pixabay

Exagerar na quantidade de cuidados com a criança pode ser prejudicial

Ficar constantemente ‘em cima’ dos filhos não é sinônimo de proteção, mas sim de superproteção, ou “paternidade-helicóptero”, como alguns chamam. Claro, quando um bebê nasce, seu tamanho, fragilidade e falta de conhecimento faz com que seja necessário cuidados constantes.

Mas, embora as crianças precisem de supervisão de adultos o tempo todo, muitos não conseguem dosar esses cuidados. Assim, acabam se tornando pais superprotetores, ou seja, estão constantemente impedindo as crianças de correr riscos, mesmo os menores.

O que esse perfil de pais não entende, é que a superproteção parental pode gerar resultado contrário na vida dos filhos. Ao invés de fazer com que os pequenos se sintam protegidos, eles se sentirão inseguros.

Quando o cuidado é oferecido na medida certa, essa atitude impactará positivamente na vida adulta dos filhos. Como resultado, os pequenos serão adultos mais confiantes, seguros, com autoestima e independentes. 

Portanto, é sempre fundamental ter cautela e proteger os filhos de forma saudável, sem superproteção. 

Sinais em que os pais se mostram superprotetores

De acordo com especialistas, os pais precisam saber as diferenças entre proteção e superproteção parental. Especialmente na primeira infância, as crianças tendem a ter mais necessidades de cuidados. Sejam eles físicos, psicológicos ou emocionais. 

Entre esses cuidados, estão: higiene, alimentação, autonomia, vínculo seguro, lazer, controle e manejo das necessidades fisiológicas e outras. Então, para essas condições, é super importante a proteção parental, já que os pequenos necessitam de um adulto para promover tais necessidades básicas, evitando riscos.

Portanto, a proteção se resume em evitar que a criança se exponha a riscos, como frio, desidratação, fome, desamparo e outros. Mas, a superproteção parental se resume no controle exagerado dos pais sobre as atividades e rotinas da criança, sendo assim, rígidos. 

Como reflexo da superproteção parental, os pais pouco encorajam os filhos à autonomia. Assim, com o passar do tempo, a autonomia da criança passa a ser prejudicada devido ao excesso de controle dos pais.

Essa criança terá grandes chances de não conseguir construir recursos internos para enfrentar e resolver problemas. Ou seja, pais superprotetores tendem a gerar filhos adultos inibidos e dependentes, além de ansiosos.

Tudo começa por amor, ou seja, os pais superprotetores querem privar os filhos de sofrimentos, mas acabam criando pessoas que, provavelmente, nunca saberão como lidar com seus problemas sozinhos.

No geral, os traços que identificam a superproteção parental são:

  • Controle do ciclo social da criança;
  • Não impor limites;
  • Realizar atividades que devem ser dos filhos;
  • Permitir atividades, e outras coisas, fora de hora, como: jogar videogame, ficar no celular, comer sem controle e outros;
  • Pais invasivos;
  • Estar sempre presenteando a criança;
  • Ceder às pirraças da criança;
  • Entre outros.

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Consequências da superproteção parental

Ser um pai ou mãe superprotetor pode ser resultado da criação rígida que ambos receberam. Além disso, pode ser resultante de sentimentos de culpa, seja ausência, separação conjugal ou outros. Assim, o responsável pela criança tende a compensar esse sentimento, desenvolvendo a superproteção parental.

Porém, pais superprotetores contribuem para que os filhos desenvolvam consequências negativas em seu comportamento e estas podem variar. Especialistas alegam que filhos superprotegidos crescem com medo do novo, desenvolvem dificuldades de ter iniciativa e se relacionar ou fazer novos amigos.

Pais superprotetores, mesmo sem perceber, passam a mensagem aos filhos de que eles não são capazes de fazer nada sozinhos, pois dependem dos pais para tudo. Como efeito, só de imaginar que podem errar, os filhos não conseguem nem tentar fazer algo por si só. Ou seja, não conseguem lidar com diferentes situações sem a ajuda dos pais.

No geral, as consequências da superproteção parental são:

  • Dificuldade em enfrentar situações diversas, já que a criança não aprendeu a encarar problemas sozinhas;
  • Falta de amadurecimento;
  • Medo, dependência e, até mesmo, agressividade;
  • Altos níveis de ansiedade, estresse e, inclusive, depressão;
  • Baixa autoestima e autoconfiança.

Portanto, a superproteção parental faz com que os pais causem efeito contrário do que esperavam. Afinal, aprender com os erros é essencial para o desenvolvimento das pessoas.

Pais superprotetores não permitem que os filhos lidem com seus problemas de forma independente. E, por não passar por situações complicadas sozinhas, as crianças não conseguem desenvolver soluções por conta própria e isso afetará na sua vida adulta.

É importante que os pais entendam que a vida não é perfeita e seus filhos vão passar por diferentes problemas. Portanto, é fundamental que eles ajudem os pequenos a lidar, desde crianças, com as situações e apenas ajudem a encontrar soluções, não resolvendo tudo.

Como evitar a superproteção parental?

Primeiramente, os pais precisam entender que seus filhos são seres capazes de aprender e que seu papel é ensinar. Delegar algumas atividades para as crianças é fundamental para que elas aprendam questões básicas de subsistência e convivência.

Para evitar a superproteção parental e os malefícios que isso causará na vida dos filhos, os pais podem:

  • Ensinar sobre valores;
  • Permitir que aprendam por si mesmos;
  • Ajudar a lidar com frustrações;
  • Deixar que sejam responsáveis e assumam seus atos;
  • Desistir de sentir culpa.

É muito importante que os pais não tenham medo de deixar seus filhos descobrirem o mundo. Claro, eles precisam estar sempre na posição de acompanhamento, mas sem a necessidade de intervir sempre.

Por: Andreia Silveira, editora de conteúdo no site PlanoDeSaude.net.