Aos três anos muitas crianças já deixaram a “fase oral” e junto dela o desejo inconsciente de conhecer o mundo pela boca. É uma fase que atribuo 20% dos cabelos que perdi até hoje por conta da preocupação dos meus filhos ingerirem qualquer “trem” (sou mineira, não nego!) que vissem pela frente. Mas ainda assim, devo dizer que o que sobrou para eles colocarem na boca, no caso as comidas, ainda são objeto de grande preocupação (Atenção: 80% de cabelo restante em alerta de queda eminente!), principalmente para as crianças de até 3 anos que ainda estão na fase do descobrimento de cores, texturas e sabores.

Com o crescimento deles, deixamos que eles se alimentem sozinhos, nos cadeirões ou sentados no chão fazendo aquela bagunça. Isso faz parte do desenvolvimento deles e é muito gostoso, mas é preciso atenção no que será oferecido, pois existem riscos durante a alimentação, como o de contaminação, alergias alimentares e de engasgo.

Engasgo e alergias alimentares

Comidinhas pequenas demais ou escorregadias demais são alimentos perigosos para crianças pequenas. Elas podem engolir sem mastigar, aspirar ou enfiar na orelha, por exemplo. Por isso, ao oferecer, corte na metade os alimentos muito escorregadios, como as uvas. As lichias podem ser descascadas, e desfiadas para não ter que servir com o caroço (que também é escorregadio).  Amendoins, castanhas e nozes não mastigados direito podem engasgar a criança, além de serem candidatos a desencadear alergias alimentares, ou seja, também são alimentos perigosos para crianças na idade dos 3 anos.

Pipocas e balas duras e lisas também merecem atenção e entram nesta categoria. Não deixe seu filho colocar muitas pipocas na boca, e somente balas macias, com moderação que a idade permite. Redobre a atenção em festas infantis com mesas de guloseimas!

Nesta categoria ainda entram os peixes com espinhos e demais frutos do mar, um perigo para os alérgicos. Neste caso, desfie o peixe  com as mãos limpas e os outros frutos do mar, faça

pequenas experimentações para observar se haverá alguma reação alérgica. Fique atento, pois alergias à camarão, por exemplo, tem componentes de predisposição genética. Outras alergias como ao ovo, trigo e milho também podem começar na infância.

Normalmente a alergia à proteína do leite é descoberta nos primeiros meses de vida, mas ainda assim, a criança deve ser observada para não ingerir alimentos sem o conhecimento dos pais, ou ainda ofertados por pessoas que desconheçam a alergia!

Possibilidade de contaminação

Alguns alimentos com o fígado podem ter alta concentração de toxinas do animal por exercer essa função de filtro do organismo. Para não deixar de oferecer este alimento rico em ferro para sua criança, capriche bem no cozimento.

Alimentos enlatados, em vidros ou embalados à vácuo que estejam com qualquer irregularidade na embalagem devem ser descartados imediatamente. Clostridium botulinum é o nome do bacilo que causa o botulismo e adora locais sem oxigênio, como o interior de uma lata. O mel também pode ser um reservatório desta bactéria, por isso, a ANVISA e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que o mel não seja oferecido para crianças menores de dois anos, e acima desta idade, apenas de fornecedores confiáveis.

Ao oferecer ovo, atenção ao preparo. O melhor é fazê-lo bem cozido, evitando a fritura, que não é saudável e também o perigo da contaminação com Salmonella, que causa diarréia, dores de barriga e febre.

Existe também o cuidado em escolher alimentos ricos em nutrientes que contribuem para o desenvolvimento do seu filho, sem calorias vazias. Evite alimentos com muita gordura e açucares.

Outros cuidados com o manuseio do alimento na cozinha, a correta forma de higienização de frutas e carnes e a escolha de um restaurante para uma refeição também é fundamental! Se você tem dúvidas de como lavar seus alimentos, comente no post e faremos um especial à respeito, ok?!

No mais, aproveite os “80% de cabelo” que te resta e coloque as crianças para ajudar na cozinha!

Amanda Gusmão

Mãe de dois meninos e de um blog, sou daquelas que tropeça e ri do próprio tombo. Mais normal que arroz com feijão, gosto de levantar a bandeira das "Sem bandeiras" na maternidade. Maternidade simples e divertida. Vamos lá?

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Amanda Gusmão

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